"Não há uma fatalidade exterior. Mas existe uma fatalidade interior: há sempre um minuto em que nos descobrimos vulneráveis; então, os erros atraem-nos como uma vertigem."
(Antoine de Saint-Exupéry)
Peço o direito de utilizar a frase em sentido, talvez, distinto do objetivo a que ela fora escrita. Tomo aqui, fatalidade por pressão, ainda preferível, "tensão" visto que esta se refere mais às questões internas. Mas, em tomando fatalidade como tensão, a nova semântica traria: a tensão interior é mais responsável que a pressão (exterior) pela vulnerabilidade. Porém, a algo em que eu teria de discordar:
Disseram que, em se pedindo um favor a quem está ocupado e a quem está à toa, certamente o primeiro o atenderá. Da mesma forma, considero que ajo melhor sobre pressão. Férias é um exemplo disso, não evito soltar as máximas: "ocupe-a, ou perdê-la-á" ou "Ficar à toa é chato".
Há todavia algumas precipitações na consideração: quanto à parte do erro, basta diferenciarmos os conceitos: pressa e tensão e, para que não entremos em uma discussão médica, diferenciemos também os conceitos "descanso", "descaso" e "ficar à toa" e corrigimos o de "tensão" a qual me refiro. Como afirmei, não apoio o "trabalho sobre pressão", por motivos de saúde. No entanto, o prazo e a prontidão (preciso de uma palavras ainda melhores) ocorreram em atitudes acadêmicas no ano anterior e, a princípio, deram resultados. Sem, obviamente, aditivos químicos.
É necessário um mínimo de tensão para que seus trabalhos deem frutos? Comentem.
Ao citar Exupéry, é preciso publicar a mensagem abaixo, que muito ouvia na infância e nas infâncias ao longo da vida, acerca de assunto lamentável, visto que tal adjetivo cada vez o cerca mais.
― Que fazes aí?, perguntou ao bêbado, silenciosamente instalado diante de uma coleção de garrafas vazias e uma coleção de garrafas cheias.
― Eu bebo, respondeu o bêbado, com ar lúgubre.
― Por que é que bebes?, perguntou-lhe o principezinho.
― Para esquecer, respondeu o beberrão.
― Esquecer o quê?, indagou o principezinho, que já começava a sentir pena.
― Esquecer que eu tenho vergonha, confessou o bêbado, baixando a cabeça.
― Vergonha de quê?, investigou o principezinho, que desejava socorrê-lo.
― Vergonha de beber!, concluiu o beberrão, encerrando-se definitivamente no seu silêncio.
(Antoine de Saint-Exupéry)
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