Na Avenida Lisir Eva...

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Olá, sobre quem sou agora

 

Janeiro, 2022, meses finais de pandemia talvez, talvez...

  Tanto tempo longe do blog, tanto a contar... Um pouco, de fato, segui contando, a ver as retrospectivas de cada ano, que costumo escrever a meus amigos. Porém, este papo aqui entre nós, caríssimo leitor (quiçá único leitor, eu mesmo) sempre foi mais... profundo? piega? apaixonado? Je ne sais pas. 

  Anyway, preciso contar sobre quem sou agora, onde estamos agora... E depois rever escritos antigos sobre quem era, e reescrever quem sou... Mas talvez ainda não hoje, são 20h52min de domingo, tentei retomar também o violão, toco-o um pouquinho a cada muitos meses. Uma vez foi especial, Que Será Será, era aniversário da minha avó. Agora tento ensaiar Cânone em Ré Maior, porque acho a música bonita e talvez possível de pegar com algum esforço, mesmo para eu, há tanto tempo distante.

   Tenho 31 anos já caríssimo leitor. Mas não fiquei de todo longe dos textos, escrevi para uma garota certa vez, escrevi meus sonhos (desses de quando dormimos) algumas vezes e até consegui ler um livro inteiro entre os últimos dois anos. Falando assim parece que sou ainda mais atarefado do que naquele tempo, porém não é bem assim também, ou pelo menos menos ansioso e fazendo menos horas extras. Bem, quem sabe este ano até seja já que agora pretendo reunir trabalho com doutorado, pilates, lazer...

   Estou mais rico hoje em dia, financeiramente digo; mas em outras áreas também, só preciso refletir melhor sobre isso para te confirmar aqui. E preciso de novos propósitos fervorosos. Propósitos, é diferente de planos. Planos a gente tem, a gente se planeja e vai conseguir. Propósitos a gente, Deus queira, consegue também, e comemora, comemora do fundo da alma quando conquistamos.  No momento? Tem sim um, tem ela. 




As ruas do distrito

   Frio de rigoroso inverno. Um coral de crianças na casa do lago, acho que a canção era em italiano. Mas bem diferente da “Tarantella” que tocava em versão completa quando tomei a carona rumo ao trabalho pela manhã.
   Meu trabalho lá é criar, solucionar, imaginar, ajudar, não tomemos tempo discutindo as melhores palavras para este parágrafo, deixemos esta discussão para depois. Vamos à noite.
   Noite. Folhas caídas e espalhadas, deixamos o campus para o distrito. O que fiz no que restou da tarde foi pensar. Janto e, na saída, recordo que haverá apresentação na casa do lago. Uma casa, de tijolos, próxima a um lago, deixo a você imaginá-la.
   Foi a primeira vez que me encontro com um palco desde que um grande filósofo esteve na feira do livro em minha cidade natal. Todavia, lá me encontrei foi com o theatro, com ideias, com amigos... Foi hoje a primeira vez que me reencontro com um palco desde que os palcos deixaram de ser parte de minha vida.
   A peça era sobre amor, entre um escritor que amou até o limite da loucura e uma louca – ou psico alguma coisa, saberia definir alguém da área.
   Poucas pessoas na plateia, talvez fosse o frio, a cultura do país, o deserto... Desertas, as ruas vazias do distrito. A menos pelos carros com luzes a piscar em silêncio, como um exército a verificar o cumprimento de um toque de recolher.
   Minha mãe me fala ao telefone, elas sempre sabem onde estamos. Ela diz para evitar passar pelas mesmas ruas nos mesmos horários, o distrito é violento. Mas para onde foi o “vem pra rua”, lema nacional deste ano se nas ruas de suas casas não se arriscam a andar e sentir o raro inverno?
   E naquela esquina em especial, recordo de uma das poucas músicas que realmente sei cantar inteira. Daqueles versos “E ajeitava o meu caminho pra encostar no teu”. As outras fico a assobiar enquanto minhas mãos tocam instrumentos invisíveis, geralmente de sopro ou teclas.
   E foi assim, ao escolher um trajeto novo, quis o destino que eu encontrasse uma outra casa, entre a dela e a minha república, que me será muito importante em um futuro próximo.

Sobre o caminho para a felicidade

"Não existe caminho para a felicidade, a felicidade é o caminho"
Gandhi
 
   Guardo certa lembrança dessa frase... Justamente dele?! Suponho que ele não gostaria nem um pouco de que suas citações fossem usadas em fins comerciais.
   Contudo, voltando da capital, cedo para dormir, tarde para iniciar atividades acadêmicas, atenho-me à frase.
   Apesar do chavão, tem certo sentido. Sensações são noções abstratas, com pouca regra, ordem ou rumo, indo e voltando; no máximo, uma galera aí tenta colocar umas cores para tentar conciliar.
   Já caminhos só existem para outros caminhos e outros e outros e a gente nunca chega, só avança; daí, não deveriam receber toda nossa atenção.
   Mas em um ponto eu me contradigo, pois há uns caminhos racionais, que levam a bases sólidas e, sem percorrê-los, muitos de nossos desejos ficam mais distantes.
   Acho que um exemplo explicará melhor o que quero dizer: passei a estimar certa menina, porém passarei a ter renda (estágio) a partir do próximo semestre, bem como ter ideia sobre qual cidade estarei ou o que estarei fazendo no próximo ano; até lá, tenho muitas questões a resolver na graduação, IC, TCC de modo que receio que não seja possível consolidar uma relação séria.
   Como você enxerga? Amor, atração são suficientes para firmar um namoro?

Os cultos, os sábios e o sentido da vida



Mensagem 188
“Não confunda cultura com sabedoria.
A cultura vem de fora para dentro, penetra pelos olhos e ouvidos e pode fixar-se ou não em nosso cérebro.
A sabedoria, ao contrário, nasce de dentro de nós, e se exterioriza; surge no coração e só pode ser adquirida por meio da meditação.
Até os analfabetos podem conquistar a sabedoria, se souberem meditar em seus corações sobre as grandes verdades.”

                Há alguns temas difíceis de serem tratados.
                Em tempos de eleição, é comum ouvir a expressão “ignorantes felizes”, mas não é neste sentido que trago a expressão “cultos tristes”.
                Já se sentiu triste porque gostaria que outros soubessem o que você sabe, vivessem eventos que você viveu ou, embora conheça os porquês de muitas coisas, sente-se incapaz de consertar o mundo? Já sentiu que vive em um mar de oportunidades e em um mundo de cultura enquanto tantos precisam trabalhar dia e noite, depender de ônibus, postos de saúde públicos, parentes doentes, chefes arrogantes, fome... Não falo apenas de adversidade financeira, mas falta de oportunidade em estudar em um mundo sem dó.
                Peço que não seja arrogante, não exija demais, apenas você é como você e, não é por que as coisas não ficaram do seu jeito que elas estão piores do que como “deveriam” estar.
                Vem então essa mensagem, a sabedoria nasce de dentro de nós.
                Questões de Siddhartha. Voltarei a postar sobre este tema.

O Preço

   Observe trechos letra da música O Preço - Engenheiros do Hawaii (link). Não sei por que ou para quem foi feita, mas enquanto ouvia seu álbum e pensava sobre um tema, ela pareceu se associar muito bem.


"O preço que se paga às vezes é alto demais
É alta madrugada, já é tarde demais
Pra pedir perdão...Pra fingir que não foi mal"

   Não sei qual o preço, mas sei que poderá ocorrer e poderá se chamar derrota. Note, possivelmente você lê este texto em uma madrugada e por quê? Porque ainda não entende o que lhe falta para tornar seu dia especial e procura isso na internet, sem encontrar, porém insiste, pois é onde conhece um universo gigantesco de opções.

   Para pedir perdão. Talvez você esteja a navegar por aqui ou pela vida sem conseguir remar direito pela falta de um perdão. E assim fica perdido pela madrugada.



"Uma luz se apaga no prédio em frente ao meu
"sempre em frente" foi o conselho que ela me deu
Sem me avisar que iria ficar pra trás
E agora eu pago meus pecados
Por ter acreditado que só se vive uma vez (2x)"


   Então você deixou algo para trás e sente remorso e saudades, ou talvez você tenha perdido uma oportunidade, como uma luz que se apaga. Então não consegue seguir em frente e se machuca. Nem sempre sabemos quando virão os momentos mais importantes de nossas vidas, pense nisso.


"Pensei que era liberdade
Mas, na verdade, eram as grades da prisão
O preço que se paga às vezes é alto demais
É alta madrugada, já é tarde demais
Mais uma luz se apaga no prédio em frente ao meu
É a última janela iluminada"

   Bem, deixo aqui outros trechos da música, que eu realmente posso, nesta ocasião, associar à internet. Noite, madrugada, todos vão dormir, menos você, sem saber o que procura, mesmo que seja totalmente contra a perda de tempo.


"Nada de anormal...Amanhã ela vai voltar
Enquanto isso eu pago meus pecados
Por ter acreditado que só se vive uma vez (2x)
Pensei que era liberdade
Mas, na verdade, me enganei outra vez
Eu pago meus pecados
Por ter acreditado que só se vive uma vez (3x)
Pensei que era liberdade
Mas, na verdade, era só solidão"

Primeira lições sobre como conquistar


O que é a verdade? Muitos de nós – sobretudo os nerds – somos movidos pela busca das verdades; no entanto, caro leitor, não é a verdade que convence, é o modo como ela é dita.
Às vezes, a lógica pode favorecer conceitos opostos, a isso chamamos contradição e, como bem sabemos, mulheres são contraditórias. Porém, antes de nos referirmos a elas, acompanhe o seguinte exemplo.
Muitos acreditam que a fotografia de Kirlian é capaz de revelar a aura humana (ou de outros animais, plantas e minerais), isso se torna crível quando nota-se que a foto kirliana de um indivíduo altera conforme seu estado de saúde. Por outro lado, esta foto não funciona no vácuo; logo, não revelaria sinais sobre a alma. Assim, qual evidência é mais “verdadeira”?
Ainda que o que eu tenha escrito acima faça sentido, pode ser que você não tenha entendido absolutamente nada e saltado esse parágrafo.  
A política está repleta de contradições, “provas” aceitáveis sobre conceitos contrários. Contudo, hoje não nos aprofundaremos nessas questões e voltaremos ao sentido inicial do texto.
E o objetivo a ser dito é: você age errado tentando agir corretamente; para passar uma boa imagem, não basta medir suas palavras, pois a linguagem não verbal costuma ser mais observada que a verbal em uma interação, principalmente entre desconhecidos.
A primeira lição que aprendi chama-se “seja indisponível”, se não tem o que dizer é por que não há algo para ser dito e, cada minuto mostrará o quanto você não tem o que fazer, mas quer chamar atenção. Solução: afaste-se, quanto mais tempo falar, maior a chance de dizer besteiras.
Particularmente, não vejo tanto problema em ser ansioso ou falar rapidamente. A diferença é que, se assim agir, será tomado como um nerd; porém, se se manter calmo e com uma boa postura, será visto como um sábio.
Não fale de si, muito menos se declare antes dela. As coisas perdem a graça depois que conhecemos todo seu funcionamento. Confie em mim, sou engenheiro e digo que depois que sabemos como algo funciona, esse algo se torna simples demais e passamos a procurar desafios mais difíceis.
Por outro lado, nunca faça um questionário; deve deixar que ela fale mais que você, contudo ela só fará qualquer movimento quando se sentir confiante.
Neste momento, caro leitor, você pode estar dizendo: a vida seria tão mais simples se todos seguissem a lógica, uma explicação rápida do que se quer e pronto. Bem, não deu muito certo com o matemático do vídeo abaixo, cuja incorporação foi desativada; porém segue o link.
Acontece que mulheres não pensam como homens, é outro tipo de raciocínio e a verdade é que nós homens preferimos mulheres que não fazem exatas (contraditório, não?). Não que esses “jogos” sejam necessários; porém você precisa passar a conhecer e corrigir defeitos que não conhece ou teima em assumir não ter.

Ontem foi a noite da grande lua


                Eu deveria ter começado a escrever mais cedo, mas fiquei assistindo a comédias de um grupo teatral no youtube. Já comentei certa vez aqui no blog que vejo o cigarro como uma das tentativas de escapatória que os homens têm para disfarçar a covardia; assim também, algumas vezes ouvimos músicas para tentar preencher um vazio, ou cosplays vestem-se como desenhos animados para se aproximarem de um mundo distinto onde desejam viver ou terem nascido.
                Temos que o mundo não é ideal, por exemplo, na engenharia, ao analisarmos a resistência de um material, temos de dividi-la por vários coeficientes de segurança e, na prática, a resistência é menor; no entanto, quando partimos do principio de conhecermos e aceitarmos este valor real, não nos parece que o mundo é uma queda brusca de algo idealizado.
Tentam-se explicar alguns fenômenos pela ciência, ainda que ela se baseie em axiomas (os dogmas científicos). Alguns dias então cá estou cheio de perguntas de difíceis, complexas, complicadas ou impossíveis explicações. Será que uma raiz negativa em uma equação de Maxwell pode significar uma resposta antecipada de um fenômeno influenciado pelo pensamento humano e que altera experimentos aleatórios? No entanto não cheguei a aprender as equações de Maxwell nas aulas de física (muitos engenheiros poderiam ter prestado física, caso ela tivesse o respeito, as oportunidades de trabalho e outros tantos adjetivos que a engenharia proporciona na sociedade) e, assim, desconhecendo tantas coisas do mundo vejo nossas verdades como aquela criança que não entendia, mas pensava compreender, a palestra no observatório sábado à noite, há uma explicação ainda inatingível pelas bases que possui.
                Possuímos bases fortes, quem sabe consigamos descobrir mais coisas.
                Bem, escrevi alguns textos relacionados a acontecimentos particulares nas últimas semanas, embora sem ter postado aqui, talvez ainda poste após outra reorganização.
                Boa noite, senhores. Deixo aqui uma música que encontrei hoje na internet, daquelas que já ouvimos, achamos bonita e tempos depois descobrimos nome, letra, cantor e verificamos que realmente são bonitas e que as décadas passadas parecem ter produzido obras melhores.


    Ontem foi a noite da grande lua no céu, céu que anteontem já estava bem claro no palquinho da faculdade, numa noite agradável, embora a garota que convidei não tenha comparecido. Não se preocupe com a grande lua, terá o dia em que a lua brilhará especialmente para vocês.
   *Apesar do paragrafo acima e de minha admiração pela garota que citei, não postei a música por causa dela.

De nossa dança à economia mundial, meus rabiscos


Escrevo o texto abaixo de minha cama na madrugada, dividi em algumas seções que reúnem alguns comentários sobre temas que gostaria de armazenar aqui no blog, relativos a alguns temas e cenários que vivenciei esses dias. Não peço para que leiam e disso faço minha resposta caso não o curtam. Caso não esteja interessado na parte sentimental, pule para o terceiro tópico.

A Dança
                Noite de quarta-feira, faríamos uma apresentação, fizemos até, mas um tanto diferente do planejado a princípio e é estranho como um ator pode ser tão tímido às vezes com receio de não ter o discernimento da plateia e é estranho como um homem audacioso pode sentir vergonha defronte uma mulher ao desejar conquistá-la.
                Com algumas somos bastante descomedidos em todas as outras ocasiões. Uma em especial, temos facilidade em divertir, é inteligente, correta e desejada, dançamos forró pela madrugada (dançaríamos também samba, caso eu soubesse, mas aprendi os primeiros passos da gafieira) e caminhamos juntos quase até sua rua perto das quatro da manhã.  Por falar nisso, moramos na mesma cidade, temos muitos pontos em comum, pontos, linhas, planos, espaços, quiçá outras dimensões.
                Dancei também com sua amiga e a amiga de outra amiga, minha; servi no bar, um colega pediu-me cerveja de graça; encontrei amigos e conhecidos; cumprimentei uma garota que sentou a meu lado algumas vezes no ônibus; com outros amigos, comemos salgados antes do evento começar, um prato foi quebrado.... Uma, em especial, foi até meu quarto para que usasse o computador. Esta, se não tivesse namorado, talvez já tivesse ouvido um pedido meu. Namorou outros caras, sua família mora a centenas ou milhares de quilômetros, é possível que não concordemos em algumas ideias, mas dificilmente eu negaria suas vontades. Tinha um compromisso, mas gostaria que tivesse voltado para dançar.

Afazeres
                Continuo hoje a postagem, tenho algumas provas e trabalhos para esta semana, além de outro deveres que vamos adiando por falta de tempo, mas constato certa necessidade em postar, ainda que seja pessoal e o texto talvez não sintetize grandes ideias para tornar o leitor uma pessoa melhor.
Se bem que, neste sentido eu mesmo me convenço que devo deixar de escrever e ir logo dormir para estudar amanhã e aceitar esta sensação de que algo falta para completar o dia.

Política
                Alguns passam a madrugada na internet como fakes para atrapalhar discussões sérias, outros se comprometem em participar de ações, mas não vão à luta, refiro-me à manifestação contra os vereadores de Ribeirão Preto, que provavelmente recebe o apoio de toda a sociedade, mas poucos saem às ruas ou fazem algo para mudar sua comunidade. Certamente a maioria tem obrigações que impedem, ainda assim sinto uma geração covarde, preguiçosa e acomodada. Geração a qual eu pertenço, e a quem tais sintomas também tentam atingir. Ao dizer “geração”, refiro-me a qualquer idade, estudantes secundaristas, universitários, aposentados em descontentamento e vontade coletivos. Não há tanta complexidade em entender esta questão da câmara, ainda assim, poucos vão às ruas.
                Apesar disso, é um passo para o renascimento da pressão popular, com manifestações pacíficas e discernimento crescente.

Economia
                Estou cursando uma disciplina de economia, é interessante e conhecer essa “lógica” de humanas desde as simples classificações às ideias de admirável profundidade. Contudo, de repente, estamos em um ônibus de volta para casa, ao lado de uma cortadora de cana que pouco sabe ler e vemos que toda essa filosofia, ainda que a meritocrática ou a mais justa que você conheça, não consegue alcançar a justiça na prática.
                O leão que se alimenta de outro animal não o faz por maldade, mas por natureza. Se um engenheiro constrói a máquina, não é por insolência, mas por acreditar que homens não precisam de trabalhos brutos e repetitivos e que tal máquina elevará o desenvolvimento e ajudará a suprir as necessidades da sociedade. Porém, ao homem do campo, a máquina tira seu serviço; ele que trabalhava de maio a novembro, agora só recebe até agosto, pois próximo a este mês toda cana já está cortada.
                Economistas e outras tantas profissões geram produtos abstratos, mesmo o dinheiro é virtual e parte do mundo ainda não compreende. De repente eu e você também não compreendemos que em nosso trabalho, mesmo que façamos o certo, ainda podemos prejudicar.
                Em termos menos pessoais, por que nossas atitudes no mercado devem favorecer nosso Estado? Estranho esta frase ser escrita por um patriota. Reclamamos dos que se favorecem e depois de tanta filosofia, ainda vence a que diz que nossas atitudes devem ser focadas no favorecimento do e de todo ser humano.

Novamente, o amor.
                Vejo uma foto, ela sorri, sendo uma mulher, o tênis de garota, uma maquiagem rara, roupa e corpo de mulher. Baixei a discografia de Bon Jovi e procuro por outras belas canções além das muitas belas canções como Always, Misunderstood, It's My Life, I'll Be There For You, Thank You For Loving Me, Bed of Roses, All about Lovin' You, Never Say Goodbye, These Days e tantas outras em rítmos mais "animados". Encontro muitas, Open All Night, posto You Had me From Hello e Whole Lot of Leavin:





               Talvez aquelas foram apenas dança entre amigos e talvez seja o perdão dessa outra garota, mulher, o que eu procuro e me faz continuar a escrever sem me importar com as horas...
               Mas escrevo aqui no blog, sem que muitos leiam, e com mais liberdade, daí considerando um pouco mais útil que os choramingos de "forever alone" que testemunhamos no facebook. Citei três mulheres aqui (da dança, do computador no quarto e da foto), porém defendo não ser um diário, se o fosse, teria a maior parte das postagens referentes a equações. Portanto tento concluir com esta ideia, estes textos tentam passar algumas sensações e reflexões, mas, como com quaisquer pessoas, não podemos dizer que suas obras são toda ou a maior parte de suas personalidades.


O sonho da segunda-feira e o pensamento que me envergonha


Ontem, segunda, cheguei de manhã à cidade, depois de ter ido dormir tarde, fui à aula e, ao voltar, dormi, perdendo a hora do bandejão. Durante o dia todo pensava em meu sonho, procurando nas garotas que passava qual era aquela que almoçou comigo naquele bandejão repleto e colorido de alimentos servidos por garçons de trás do balcão.
O estabelecimento estava um tanto vazio (estava perto da hora do fechamento), de modo que não pude perceber que era sonho. Depois fui a uma festa onde ela estaria, no entanto não tinha tanta intimidade com seus amigos, que tentavam nos aproximar, ou melhor, fazer com que eu me declarasse a ela. Em um momento, um deles soltou um foguete naquele cômodo após a varanda, onde a turma se reuniria e onde ficamos sentados, lado a lado, eu porém com vergonha e por julgar a pressão dos amigos um fator que deixava a situação mais ridícula que romântica. De repente encontrei um amigo, de minha cidade e perguntei quem o havia convidado (afinal não teria ele muita ligação com o pessoal daqui). Ele disse então o nome de uma amiga daqui do campus, que provavelmente ele não conheça. Eu não percebia se tratar de um sonho e, ao acordar, quis que fosse verdade e procurei a garota entre as que cruzavam meu caminho nessa segunda-feira.
    No sonho, estar com aquela garota faria-me voltar a sentir aquele sentimento de que falava na postagem anterior, já o sentia, o calor de um coração, estar apaixonado, semelhante à sensação que sinto ao estar próximo de minha amada da infância.
  Quis postar sobre meu sonho, fiquei conversando com meu colega de quarto, meu celular dormiu sobre a cama e acordou desmontado no chão, de modo que perdi a hora novamente nesta manhã. E tento correr com esta postagem, pois já é tarde e amanhã tenho uma aula importante bem cedo.
A avó de uma grande amiga de infância faleceu nesta semana. Não conversei com ela, por não saber direito o que falar, além do fato de sua avó “ter escolhido” uma data (semana santa) em que ela estivesse de folga. De fato não saberia dizer algo que lhe fizesse se sentir melhor e confortada. Aconteceu que a avó de outro colega (este, da faculdade) faleceu na mesma semana.
Terça-feira, há dias está marcada uma apresentação amanhã, no entanto, embora já tivéssemos apresentado em outros locais, o ritmo corrido não nos permitiu novos ensaios. Daria certo, provavelmente conseguiríamos, teríamos a tarde para relembrar. No entanto, eu sentia medo esta noite (não é medo a palavra certa), eu sentia certa vergonha, o grupo de teatro havia se modificado devido a entrada de novos membros, a saída de grandes pessoas e a ocupação dos demais em nossos últimos anos da graduação. Sinto falta daquele meu veterano com argumentos precisos e habilidade para liderança e improvisação.
Volta de feriado, aquele choque de que as primeiras provas se aproximam, há trabalhos, deveres em outros grupos, pensamento sobre o que farei no último ano da graduação e depois dela... Amanhã, a prioridade de amanhã era a apresentação, calma, uma coisa de cada vez. Mas você não ensaiou, calma, vai dar certo, sei o texto de cor... Então minha parceira de cena chega atrasado, sem mim ou sem ela não tem apresentação, somos os protagonistas. Porém, assim que ela entra, um pensamento medonho vem em minha cabeça, caramba, vê se isto é coisa de se pensar, mas é um pensamento, de modo que não sabemos se é um desejo para se safar de uma responsabilidade, se um espírito nos antecipando uma notícia, uma descoberta do subconsciente... Afinal, eu queria ou não queria apresentar? Queria, era apenas o medo e um pouco de vergonha de não sair perfeito, mas deveria apresentar, até vinha imaginando a reação de pessoas, amigos, que, por acaso, passariam pela praça e me viriam no palco. Seria aplaudido novamente, como das outras duas vezes? Eles entenderiam? Então ela caminha para o salão, fico feliz por vê-la, iriamos ensaiar e tal. Então ela entra no salão e minha imaginação (ou sabe-se lá o que) me diz: “se tivéssemos motivos importantes para faltar, cancelávamos esta apresentação mal ensaiada sem nos... E se um parente dela falecesse...“. Tenho vergonha deste pensamento, tenho vergonha de compartilhar que pensei nisto, ou se imaginei... Antes seja verdade que tenha sido um espírito me antecipando a notícia. Então ela entra no salão e nos diz sobre o falecimento de seu avô.
Sobre a apresentação, criamos um plano B entre todo o grupo, acho que fará o público se divertir. Bem, qualquer dia posto mais, espero ter mais sonhos bonitos para escrever, espero encontrar a garota dos sonhos, conhecer melhor os cenários, espero que aquele pensamento não tenha sido um desejo, mas uma reação involuntária de alguém preocupado com a apresentação e que durante a semana tenha lido aquelas notícias e assistido seriados com guerras ou um espírito antecipando uma notícia.
Espero que ela continue sendo aquela pessoa sempre feliz, que eu não perca a hora da aula de amanhã, espero ser perdoado caso eu precise ser perdoado por ter imaginado algo ruim, espero que sejamos felizes.

Crash - No Limite, equilíbrio e preconceito

   Ao terminar o filme, fui à cozinha e, sobre a mesa, três formigas; uma delas se esforçava para arrastar o resto de alguma coisa. Não faz nada contra mim, sobretudo quando sabemos nos prevenir (lavando alimentos, etc e tal) e, se algo estava no lugar errado na noite era o resto de alimento. Se eu tivesse uma árvore, um canteiro no quintal, resolveria aquela questão de o que fazer com os farelos que caem da mesa após serem varridos até a porta. Equilíbrio, palavra recheada de situações e significados. 
   Assistia a Crash – No Limite, pela segunda vez acho eu, além de ter visto na escola, porém não me recordava de todas as histórias. Histórias que conseguiram passar milhares de mensagens a mais que as previstas e que mereceram o Óscar em 2006.

    “Em Los Angeles ninguém te toca. Estamos sempre atrás do metal e do vidro. Acho que sentimos tanta falta desse toque, que batemos uns nos outros só para sentir alguma coisa". 

    Um filósofo disse certa vez que a humanidade tende a observar o mundo através de telas, sejam elas as telas de um computador, de uma TV ou telas que não chamamos por este nome, como os vidros de um carro, através do qual observamos o mundo ou o mundo nos observa enquanto estamos fora ou dentro dele respectivamente.
    Além das mensagens principais, sobre as várias formas do preconceito, alguns detalhes chamaram-me a atenção e me incitaram esta postagem. O primeiro está na relação entre o policial John Ryan (Matt Dillon) e uma mulher do convênio médico da delegacia, Shaniqua Johnson (Loretta Devine), vídeo 1; o segundo é uma semelhança nos comportamentos de Jean Cabot (Sandra Bullock) e Christine (Thandie Newton), vídeo 2.
    John Ryan diz que haveria homens brancos que poderiam trabalhar melhor que Shaniqua, negra. Isto me chama atenção primeiramente porque recorda a nós, brasileiros, a questão das cotas. Eu, homem, branco, tenho amigos que foram impedidos de cursarem universidades federais simplesmente por serem brancos e viverem em um país de leis hipócritas e paliativas; país em que muito se defende a liberação das drogas porque a fiscalização é incompetente em vencer o tráfico assim como se criam leis discriminatórias, baseadas em cor, para “resolver” questões sociais. Portanto, o filme mostra não ser um defensor dos oprimidos, mas um instrumento que mostra a verdade e de modo imparcial.
   Em relação às mulheres Jean Cabot e Christine, quero tratar sobre a questão do equilíbrio. Ao ser abusada por um policial, Christine briga com seu marido por ele não ter feito nada, embora ele tivesse agido corretamente e ela mesma tenha concordado com sua resignação. Jean (Sandra Bullock), a típica madame, discute com o marido Rick (Brendan Fraser) para que ele troque fechaduras que acabaram de ser trocadas. Em comum, ambas ficam nervosas após um acontecimento (abuso policial e assalto a mão armada, respectivamente); no entanto, iniciam discussões irracionais, quando não fúteis e isso expressa bem o porquê da velha frase “não entendemos as mulheres”, que costumam simplesmente discutir quando querem discutir, mesmo que seus argumentos não façam sentido.
   Bem, era isso que gostaria de comentar sobre o filme por enquanto. O que acharam?

It feels like...



   Fanatismo, do francês fanatisme, "é o estado psicológico de fervor excessivo, irracional e persistente por qualquer coisa ou tema". Geralmente considero uma babaquice pessoas tomarem seu tempo babando por um mundo distante.
  Comecei o texto em inglês, pois "it feels like" parece expressar melhor a sensação. Besides, estou lendo A Storm of Swords, na versão inglesa, ainda que grifando mais de dez palavras por página.
  Como eu ia dizendo, repudio o fanatismo que beira o extremismo, seja religioso, político, por um lugar, uma personagem, desenhos japoneses, times de futebol, bandas... É como se a pessoa parasse de existir como ela e passasse a ser um verbo, um verbo de defesa de seu ideal cegamente. Citar exemplos não será necessário.
  No entanto, minha infância se passa na época das febres (tazzos, pokémon, bichos virtuais, Harry Potter...) e, essa infância fantasiosa leva a uma idade adulta de arrependimento, um arrependimento por aquilo que não se fez. Você cresce, conquista os títulos que a sociedade admira (vestibulinho, vestibular, mestrado, bom emprego) enquanto outras pessoas se esforçam por eles; contudo, ainda assim sente falta. Falta do engenheiro ser um inventor, falta do advogado viver Daniel Kaffee, do navegador descobrir novas terras em um mundo já tão descoberto, a falta do arqueólogo em entrar para a história, a falta da criança que passara a infância a assistir magias, ter sua própria varinha mágica e poder voar.
   Talvez seja também daí que nasçam os pedófilos, pessoas que lamentam não terem experimentado um lábio de uma garota enquanto eram garotos e não sentem a mesma magia em mulheres adultas, já corrompidas pelos carnavais.
   Em domingos como este, jovem solteiro com a cidade vazia, férias, feriado, sem tarefas sendo exigidas, vejo-me a perguntar sobre a graça e a lógica do mundo; estranhamente, o domingo que às vezes esperamos quando estamos muito atarefados.
   Os vídeos postados aqui falam sobre crianças, embora eu só tivesse conhecido suas letras depois que as músicas me marcaram.  O primeiro é a música de um clipe com InuYasha e Kagome; o segundo, trilha da dança entre Hermione e Harry Potter. Histórias que me fizeram sentir o que sentem os fãs, a vontade de viver aventuras nesses mundos mágicos ao lado de mulheres como Kagome e Hermione. Mundos que talvez existam, mulheres que talvez existam, aventuras que talvez existam. E eu espero e, em meio à espera, essas canções que me recordam que o desejo é forte.


Faltam flores na cidade

  Acordo entre oito e dez da manhã; gostaria de acordar cedo, mas fico a escrever na madrugada ou a procurar algo que deixe o dia mais completo. É verão, mas já se passaram as grandes chuvas e estamos naquelas semanas de calor ardente de fevereiro.
    Férias estudantis chegam a durar três meses e, na ausência de projetos de iniciação científica ou recuperações, formam um intervalo de tempo em que os estudantes estão livres para investir em outras áreas, independentes da azáfama universitária (no sentido de pressa devido à sobrecarga).

     Um dia em casa, dias em casa, aquilo que mais queremos quando estamos a enfrentar o mundo e a batalha está difícil. Vitamina com diversas frutas, algum desenho na TV, averiguar como vão as plantas, tutoriais de um software importante, porém não ensinado na faculdade e um pouco de procrastinação na internet enquanto se espera o almoço. E é notável que se busque e se curta tantas páginas de humor enviadas pelos nossos amigos que, ao mesmo tempo, ficam cada vez mais distantes.

     O programa de esportes é mais bem acompanhado, ainda que fiquem tratando de detalhes dos clubes de futebol. Um livro de inglês para aprofundamento, acompanhado do computador e finalmente o título da postagem e o que provavelmente será mais lembrado: caminhar pelo bairro até a academia juntamente a alguém especial, um amigo, um irmão, pai, mãe...
    Nesse momento nossa visão, que tanto observava todo o mundo lá fora, retorna para nossos bairros, aquelas ruas que muito frequentávamos na infância, os lugares onde há sombra, casas que conhecíamos e conhecemos de cor, a companhia ,os buracos no asfalto, os degraus nas calçadas... Faltam flores na cidade, flores que farão parte dessas lembranças, calçadas como pomares que cobrissem os quarteirões.
    “Nessa idade, queria mudar o mundo”, disse certa vez um professor; não conseguindo, quem sabe mudar o país, o estado, a cidade... Concluiu que o máximo que pôde fazer foi melhorar a ele mesmo.
    O governo, o mercado, o banco, a polícia... Afinal de contas, eles não solucionam problemas, porém aqueles que lá trabalham (ou deveriam). Então que nossa geração dê o próximo passo, transformemos nossos bairros, sem esperar que a prefeitura resolva tudo, afinal, não existe a prefeitura como ser, apenas como lugar, onde se reúnem pessoas; ainda que mais ricas e com a responsabilidade de zelar pela cidade, pessoas. Os moradores fazem as praças.
    E assim, comecemos por nós e pelo que está próximo, com ações, não apenas palavras. Que tal descobrirmos até onde podemos chegar, até onde resolver nossos próprios problemas?
Faça das férias um tempo útil. Faça-te ter do que lembrar e sentir orgulho; admita que é mimado e deixe de ser. Paz
    E, ao voltar para casa, a magia de seus livros.




Imagens: comusic.org, arvoresdesaopaulo.wordpress.com, deviantart.com

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