O maior problema para este escritor tratar do seguinte assunto é que, se pontuar os temas antes, dá tanta raiva, vergonha decepção que se poderia desanimar – e me bater, como em “Esqueceram de Mim” (1990) – não fosse a necessidade de acentuar que não partilho das opiniões aqui criticadas:
O esporte como atividade sobretudo econômica; aquilo que andam por aí chamando de música e aquilo que chamam de televisão.
Vem aí o Alphaville para Ribeirão Feudo – SP para tornar pobres os condominiozinhos de meio milhão de reais. Boa sorte para aqueles que tiverem o privilégio de morar em um ambiente agradável que proporciona várias opções de escapar de ter de assistir à TV aos domingos, nada de Fantástico de Dia de Compras Natal¹.
Pessoas bacanas², com acesso a cultura, mas muitos preferem trocar o segundo maior teatro de ópera (localizado no calçadão) pela dança da bicicletinha. E vai entender (eu tento). Acontece que o intuito é... (e aí não se distingue classes), por trás de frescuras disfarces. Acho que entenderam o que quis dizer, é como aquilo que ocorre ao trocarmos a expressão “é um país racista” por “um país com preconceitos étnicos” e continuar a não ganhar nadica de merreca de medalha.
²Uns 60% de meus amigos são zona sul, que, por sinal, é a área que mais freqüento da cidade.
Começo então a citar o esporte. Chega condomínio e logo vêm eventos como as corridas de academia. Nada contra tais praticantes que, apesar de não obterem índices olímpicos, estão cuidando de suas saúdes e contribuindo para “popularizar” o atletismo em áreas nobres. Além disso, não têm a obrigação de serem grandes atletas, afinal trata-se de hobbie e saúde, uma vez que têm suas vidas como executivos, fisioterapeutas, engenheiros, poetas... Ou madames.
A crítica, porém, vai ao objetivo econômico do evento, a quem prioriza a oportunidade capitalista por trás dele e a uma mídia que mostra o lado errado.
Veja, como exemplo, que, de tanto carro de som na zona oeste, alguém já ouviu algum chamando-os para “praticar esporte” na zona sul? E veja que, nesta região, costumam-se alongar melhor que simplesmente ficar de uma perna só.
O que acontece no esporte nos lembra a música sertaneja. O engraçado é que se mete o pau em coisa de pobre e dez anos depois eles fazem a mesmíssima coisa (ou, geralmente, pior, mas que, de tanta mídia, “convence” o gosto popular) com o diferencial dos “arquitetos” (com todo respeito à profissão) que mudam o cenário por um gramado ajeitado ou impressões coloridas em páginas de “Conexão” dos jornais e uns sobrenomes na legenda.
Conexão, aliás, da João Fiúsa com a Braz Olaia Acosta. Não é dizer que um rapaz de exatas, como eu, sem experiência em jornalismo seja melhor que eles, mas qualquer um sabe que, desde trocentos anos, negros da zona oeste dão capote em playboy até em corrida de 400m (então por que esses “atletas” que têm fotos coloridas nos jornais?).
Últimas considerações: na São Silvestre, só mostram os cinco primeiros colocados (nenhum sedentário faz idéia de quem foi o sexto). Por outro lado, Santos e Botafogo, líder e vice-líder do campeonato paulista, recebem menos espaço que os times que dão audiência. Ainda bem que o YouTube vem democratizando a mídia.
O texto não é uma crítica a ricos, nem a pobres (no final do ano passado, um Testemunha de Jeová lecionou-me uma excelente aula de história). A única crítica é a quem diz haver problema em comer gelatina com colher de sopa. Com garfo ou com o que eu bem entender, a menos que alguém prove que há algo além de frescura, como, por exemplo, fazer mal à saúde e que, esse tipo de coisa (licença poética) não seja idealizada somente por que um certo alguém quem palpitou.
Imagens retiradas de blogs:
http://renatadavid.blog.uol.com.br
http://thaysdesouza.blogspot.com/
e da wikipedia
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