Quando estiver pronto, diga diga ao povo que fico

"...Liberdade, essa palavra
que o sonho humano alimenta
que não há ninguém que explique
e ninguém que não entenda..."

Cecília Meireles

   Liberdade, ponto. Isso já deixa o Brasil melhor que metade dos países do mundo. E vamos parar por aqui, pois se discutir as outras duas palavras do antigo lema "Liberdade, Igualdade e Fraternidade" não sobrará um país, nem a xenofóbica França. Ainda assim, se eu tivesse de listar quais países funcionam, diria Inglaterra, Alemanha, França e Japão apesar de algumas particularidades como o machismo japonês, sua aversão por sexo, engenharia reversa.... Ou o já tratado a respeito da França. De fato os caras de olhos puxados conseguem fazer muito - e muito mesmo - com meio metro de terra e os ingleses sabem o que é respeitar leis. Sem generalizações.

     Do restante do "primeiro mundo": estadunidenses arrogantes para os quais a palavra "herói" deve ser atribuída a quem "paga suas contas" ou àqueles "heróis de guerra" que exploram o restante da humanidade para o welfare state do american way of life. Italianos conseguem ser mais desorganizados e corruptos que brasileiros. Mesmo num congresso com Tiririca e Palocci, ninguém ainda conseguiu a façanha de ser dono do principal clube de futebol, da principal imprensa, ser pedófilo e primeiro ministro como no caso italiano.

   Ademais, temos um primeiro mundo falido (Portugal, Grécia...), um leste europeu que de europeeeu só tem a proximidade com os "países que funcionam". Aliás, eu deveria tirar a Inglaterra da lista: energia baseada em carvão, assistindo ansiosamente ao destino da Líbia para saborear um pouco de petróleo.

  Energia e Brasil, há quem defenda a nuclear pela área ocupada dentre outros motivos. Em se considerando o que já temos; de fato, não é em qualquer país que a energia vem da água, da cana ou de seu bagaço. Não basta comparar e descobrir que somos o menos pior ou o melhor colocado no contexto atual. Contudo, exaltar suas qualidades é assunto para outros e muitos textos.

   Note, no entanto, que as imagens que estampam esta postagem são de universidades ao redor do mundo. O salto entre o terceiro ano do ensino médio e o primeiro ano na USP é comparável a tomar um aluno da quarta-série e ensiná-lo assuntos do ensino médio.  E é consenso, ao menos para os alunos da Universidade de São Paulo, que uma prova de uma universidade federal (excetuando alguns cursos que possuem o nível da instituição paulista), quando comparada,  chega a ter uma facilidade significante.

   Ainda assim, a maior universidade latina, no estado mais rico do país mais rico da América do Sul não foi cotada entre as 100 melhores do mundo segundo uma avaliação divulgada esta semana, cujos critérios consistiam em perguntar a professores de 131 países qual a universidade mais importante em suas áreas em ensino e pesquisa. Apesar disso, a USP foi a representante sul americana mais bem colocada em um ranking do ano passado segundo o número de estudos divulgados.

   Imagine você um aluno uspiano, creio já ter tratado deste assunto. Antes de tudo, brasileiro, recebe uma proposta para trabalhar na Google, na Microsoft, na Ferrari, normal; tomemos o exemplo da Ferrari na construção de um carro restrito a alguns milionários. Seu salário será alto, altíssimo, desde que vá para a Itália. Você iria? Trocaria um país - que depende justamente de você para conseguir ser respeitado - por uma tentativa gananciosa de ganhar a vida? Pela ciência talvez, trazer conhecimento ao mundo e a seu país. Contudo, pelo dinheiro? Por uma vida em um lugar supostamente mais organizado e deixar que chamem seu país de terra de só futebol e carnaval?

   Não senhor, "eu fico", aliás, duas palavras muito conhecidas em nossa história, desde aquele Nove de janeiro de 1822 (ou quem sabe antes algum europeu já tenha ficado por alguma índia, provavelmente sim). 

   Farei uma postagem sobre heroísmo, contudo adianto que vejo como um dos tantos atos de heroísmo tentar melhorar seu próprio mundo ao invés de uma fuga individualista. Boa noite senhores.