A carioca Carla, em seu blog "Aqui Neste Oceano", recentemente postou a tradução de Walk On. Confesso nem ter lido toda a letra para aprender algo: "[love] is all that you can't leave behind", o amor é tudo que você não deve deixar para trás.
Notei pois que dei conta de carregar todo o restante da bagagem, exceto tal sentimento. Ao voltar, não reencontrei o que deixei para trás. O pior, posso continuar assim.
Sou estudante de engenharia, leitor, e um carro nunca volta. Se de frente, a quilometragem é outra, o tempo passou. Se de ré, bem, um motor não aguenta mais que algumas horas nesta marcha retrógrada.
Voltei ao festival. Disse que não tocaria mais no assunto, mas este blog representa a avenida que nos liga a meu mundo subjetivo. Não acenderam as luzes do teatro e não a encontrei.
Já não era tão mágico, o som desafinado, disseram ainda que é todo ano igual. Não para mim, talvez ainda mais vazio.
Algum espaço preenchido com meu pássaro de madeira e papel e com o colega de sobrenome russo também um pouco solitário, a conversarmos sobre seu trabalho.
Sentado, não muito distante, o outro, ou seu outro passado, nada falei e preferi meu pássaro de madeira que teimava em acertar duas garotas de uns degraus à frente no teatro de arena.
Não me sinto triste em estar sozinho, aliás, raramente me entristeço e encontro com quem conversar; porém sinto falta, independentemente da multidão, sua ausência, dela, de minha avó e da magia.
Imagens: rua que leva ao Morro de São Bento; fundos do festival.
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