Preciso
escrever, apesar das N obrigações acadêmicas neste final de semestre. Preciso escrever, mudei
meu discurso. Por ignorância, porém melhor do que ter aquela velha opinião
formada, opinião da maioria, embora nem sempre (aliás, raramente) a maioria
sabe o que está falando.
Não
quero, no entanto, dizer o oposto do que disse antes. Passar alguns anos dentro
da engenharia, falar sobre empresas, investimentos, capital ou pelo simples
fato de ficar mais experiente nos ensina que a direita tem lá sua lógica.
Em
primeiro lugar, quem protestou na USP foram as pessoas erradas, infelizmente,
são as que justamente mais discutem política. No bando, pessoas há sete, nove
anos dentro de cursos que deveriam ser concluídos em quatro ou cinco. Também
playboys, maconheiros, usuários de sabe-lá-o-quê. Assim, mudo meu adjetivo,
talvez não estivessem errado, mas agiram erroneamente, foram burros. Burros no
sentido que todos entendem, não no sentido que um filósofo de sabe lá que
século definiu. Burros e sem essa palhaçada de palavras eticamente corretas que
não expressam o que se quer expressar.
Com
tanto a se protestar (nem quero entrar na discussão de corrupção, código
florestal, colapso ambiental, etc) mesmo dentro da universidade, erraram o
estopim. Uma garota leva um tiro no rosto, outro é revistado por voltar à sala
de aula após o término apenas por ter esquecido seu celular e esses babacas vão
invadir prédio justamente quando prendem maconheiros. Isso é pedir para ser mal
visto. A mídia vai procurar por brechas e, o que fazem? Dão esses presentes
para a oposição. Depois depredam, cobrem o rosto como se alguém sentado de
bermuda ao assistir a televisão fosse entender outra coisa que não fosse “coisa
de playboy maconheiro vagabundo”.
Aí já
não interessa mais se o reitor foi eleito antidemocraticamente, se é a favor de
mensalidades, se a polícia começar a estuprar estudante... Mancharam nossa
sigla, USP, e seremos vistos por algum tempo como maconheiros vagabundos.
O mundo
parecia estar tão em paz enquanto ficávamos entre as paredes do campus. Então o
quarto ano se aproxima, estágios, novas decisões. Israel tenta atacar Irã, Irã
fecha o golfo, Europa tenta escoar por Suez, Egito fecha Suez, a maior parte do
petróleo mundial fica trancada. EUA sem forças para apoiar Israel, a Europa, em
crise; Turquia inicia o bloqueio naval em represália aos ataques israelenses
aos direitos humanos. Terceira Guerra Mundial.
Contudo
o que importa é comentar no facebook, onde todos são sociólogos implacáveis,
donos da verdade, técnicos de futebol, tudo, menos eles mesmos, apenas a ideia
que querem passar ter. Ou concordar com o lado mais engraçado.
Monstro.
Imagen: marketing.blogs.ie.edu
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