Na Avenida Lisir Eva...

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Já é quase fim de setembro




A ponta de uma unha trinca e se rompe, houve também pequena hesitação para iniciar o texto devido ao apoio gelado do teclado. Paro, coloco o fone de ouvido, eles aquecem por dentro e por fora, volto a escrever.
Aqui está mais quente que na taverna, que assim a chamo, talvez somente eu, embora seja uma lanchonete, a qual frequentamos nos últimos dias diante a interdição do restaurante universitário devido a goteiras, ou cachoeiras e isso não sou apenas eu quem diz, são correntes espessas de água.
Despeço dos amigos por ora, diria por hora e alguns minutos, amanhã estaremos novamente a estudar. Entro na biblioteca, saudade dos livros em português, o que não é lá grande problema agora. Baixa bateria me alerta o celular, por três vezes no caminho, em que faço uma ligação para casa.  Também faz frio por lá, depois de um inverno quente e seco e de uma chuva de variação, sequência de eventos que vem do sul. Passo em frente o salão de dança, deveria pagar o professor, embora eu tenha faltado hoje e possivelmente faltarei também na próxima semana.
Fico a me perguntar sobre logística, amanhã à noite teremos uma apresentação aqui, na madrugada embarco para a capital, donde posso ir para casa ou retornar, pois preciso de livros e de meu computador no final de semana. Preciso terminar um trabalho, continuar três, começar outros dois, fazer provas e viver ensaios.
Ontem dormi as três e pouco, agora tomarei banho, sabe lá que hora voltar, mas sabe lá que tantas benfeitorias encontrar e realizar.
É uma quarta-feira fria, -4°C é a sensação térmica na capital; leio o que o ar diz, mas o mundo persiste agitado, com sensações serenas e tempestuosas, doces e sérias, grandes e brandas ou sutis e vigorosas, sinestésicas. Já é quase fim de setembro e ter prova na próxima semana surpreendeu-me desta vez. É que na faculdade é diferente o modo como contamos os dias, de sete em sete, às vezes dez, quatorze, depende de cada livro, na biblioteca, das datas em que precisamos renová-los.

 



Imagem: http://ekorrbilden.blogspot.com.br

Uns bugs na globalização

Às vezes acontecem umas coisas esquisitas, como isto aqui fazer sucesso no ocidente:



E isto aqui na Europa:



Doiduras que a internet proporciona, centenas de milhões de exibições, muito provavelmente inesperadas.

Uns minutos da madrugada para uma postagem




                No começo consideramos que o tempo passa rapidamente, e vemo-nos a refletir sobre isso, sobre quanto do mundo passa enquanto estamos ocupados com nossas atividades, sobretudo quando a maioria delas são deveres. De repente, porém, é uma madrugada, você passou as últimas doze horas dentro de um salão em um projeto; no meu caso, com o grupo de teatro, que decide detalhes sobre a peça a poucos dias da apresentação.
                E assim, em madrugadas que passam devido a provas, trabalhos, dissertações, dias que correm entre aulas, trabalhos, processos seletivos de estágio, teses, traduções e amizades, o tempo é tomado de tal modo que não mais o tomamos a julgá-lo, sequer por minutos. Não somente o tempo, contudo diversos assuntos que nos ladeiam são ainda mais ladeados; infelizmente, algumas vezes, são a família, a terra natal, a fé e mesmo as dúvidas sobre a vida.
                Hoje não me prolongarei sobre eles, embora eu goste de guardar aqui tantas histórias e tanto de nossa história. Meus processos seletivos, minha família, minhas mudas de ipê, ensino e aprendizado de anatomia e citologia, tese de conclusão de curso, pesquisas de iniciação científica, trabalhos e provas acadêmicas e os detalhes humanos que protagonizam tais histórias, como as piadas irônicas de um amigo, as dúvidas cultas e profundas de outro, a vida campestre de um terceiro, as expectativas sobre o futuro de cada um e aquilo que me traz muitas vezes ao blog, apesar dos compromissos, falar de amor, de se apaixonar por alguém com bondade, filantropia, cultura, inteligência, beleza, dança e olhos verdes. É magnífico esse encanto, quando recusamos outros pedidos por ela, para estarmos de madrugada deitados na grama, a olhar a lua e o topo do coqueiro.


As 15 coisas que apodrecem a sociedade. Parte I

 
                Assisti há pouco o filme Jogos Vorazes. Parece estranho dizer isto: ele é muito bom porque faz com que o público sinta raiva e também por... Bem, antes de citar o segundo motivo, gostaria de expandir um pouco esse sentido de “público”. Pequena parte desse “público” sente raiva por se dar conta que está sendo parte ou convive com os personagens que aplaudem as atrocidades que ocorrem no filme (não coincidentemente a maioria dos membros dessa pequena parte trabalha, estuda, vive em meio a cenários, figurinos e objetos não públicos, porém privados  - que, apesar de ser chamado “privado”, são menos privados que os membros da outra parte). Já a maior parte desse “público” não compreende a metáfora que é o filme e sente raiva por considerar um filme ruim, de terror, sem ética. Assistam, entenderão melhor o que eu quis dizer. Assim é a questão da educação, poucas pessoas paradas na rua saberão explicar o que é metáfora (oxímoro então, bem poucas); no entanto vivemos em meio a grandes metáforas e jogos políticos e econômicos.
Digo agora o segundo motivo, meu segundo argumento em defesa de que o filme é bom: ele contém muitos dos elementos responsáveis pelos problemas deste mundo (miséria, desigualdade, capitalismo, ignorância, arrogância, bebidas...) e sentimentos (amor, saudade, dor, raiva, superação, timidez,...)  presentes nele, o que me motivou a criar uma lista das coisas às quais, atualmente, culpo pelo estado lamentável em que o mundo se encontra. Lamentável porque chego muitas vezes à conclusão que se é infeliz não por felicidade ser algo temporário, mas porque o estado da sociedade não permite o contentamento coletivo e isso se deve muito a "personagens" que não se importam.

1.       Coronelismo.
Estranho começar por algo que parece coisa do passado. Não me estenderei muito neste item, do contrário deixaria os demais de lado e escreveria páginas sobre a situação das câmaras municipais de muitas cidades que mantêm os mesmos vereadores há décadas e sobre a importância do investimento em educação para alterar este quadro, embora talvez nem isso mais baste, uma vez que ontem mesmo soube que um daqueles “candidatos palhaços” que se fantasiam, falam frases feitas ou sem lógicas e visitam bairros que, em dias “comuns” nem se aproximam é aluno da universidade mais respeitada deste hemisfério.

2.       Madames
Aqui entram outras variações, como as patricinhas e mauricinhos (aprendizes de madames). Espero com esta palavra abranger todo o campo de pessoas que vivem para si mesmas, defendendo teorias como “seja um idiota”, “ligue o foda-se”, sensibilizando-se com histórias tristes, mas jamais movendo uma palha para tentarem ajudar alguém em alguma situação, pois estão muito ocupadas assistindo a seus canais de compras pela TV – ou reality shows.
Cabe neste item minha explicação de por que não gosto de “festas”.  O porquê das aspas é por que sei que muitas delas (mesmo de faculdades) servem para financiar alguns programas (no caso de faculdades: os centros acadêmicos, secretarias acadêmicas, cursinhos mantidos por alunos, etc) ou servem de comemorações (vitórias, casamentos, formaturas, etc). Assim, refiro-me às festas que existem só por serem festas, que servem como desculpas para lascividade (vide item 3), que servem para lucrar, que servem para que todos esses aprendizes e aspirantes a madames joguem o dinheiro de seus pais (ou seus próprios) pelo ralo, quando poderiam fazer algo de útil pelo mundo que tanto critica (vide item 5; não, caros leitores, não é só por que você paga impostos que você está sendo solidário). Festas que servem para pessoas que acham que “Carpe Diem” significa sair por aí fazendo o que bem entende, vivendo para si mesmos. Também lamentável é que tanto os “coronéis” quanto esses que eu classifiquei de “madames” estão entre os que mais reclamam da situação do mudo.

3.       Covardia
Drogas, cigarro, bebidas... Para mim são apenas modos diferentes de se fugir dos problemas – o que se pode entender por covardia. Mano, na boa, pare para pensar, qual a utilidade de drogas, cigarro e bebidas? O governo coloca toneladas de impostos em cima de cigarros, faz campanhas, mostra os riscos e nem assim o povo para. Existem muitos tipos de pessoas e cada um com seus muitos problemas. Como válvula de escape, alguns praticam esporte; outros dançam, alguns pintam, escrevem, fazem teatro, escolhem algum modo de se divertir, de se realizar, de serem felizes e estarem afastados por alguns momentos de seus problemas. Muitos encaram e, muitos, escolhem hábitos covardes.

4.       Gordisse.
Não falarei deste item agora.

5.       Críticas ignorantes.
Como esses berros que alguns leitores dão depreciando o item acima por acharem que “gordisse” seja um preconceito com pessoas acima do peso, sem compreender o que eu realmente quis dizer com isso – uma expressão que, aliás, muitos conhecem. Aliás, parece que tudo é preconceito. Fale um A, ou um B, sempre vai ter aquele radical que vai ler, buscar uma teoria conspiratória lá do tempo da onça e através dela (da teoria, não da onça) distorcer completamente o que foi dito, explicando aos demais que o cara que disse “quis dizer” algo completamente diferente.
 Cabe aqui anexar dois adendos para diferenciar as duas explicações para “críticas ignorantes”:
3.1.   Crítica ignorante significa pseudointelectualismo, ser um “valentão da internet”, apressado que, sem compreender uma situação, ataca. Aqui lembramos o que eu disse sobre “metáfora” no início do texto. Cá entre nós, tem coisa na internet que dá mais vontade de vomitar que ler os comentários de reportagens ou do youtube?
3.2 O segundo porquê refere-se a situações muito conhecidas em política e em empresas. Já falei muito de política, darei um exemplo de empresa: um pessoal do marketing formado na Unesquina (logo, não me refiro a todos da classe) descobre que se iniciou a pesquisa (eu disse p-e-s-q-u-i-s-a) sobre uma nova tecnologia e logo lançam um comercial prometendo que a sua empresa lançará no próximo mês. Em seguida, criticam o grupo de engenharia por dizerem que para o próximo mês é impossível. “Vocês que são os engenheiros, o problema é de vocês, devemos vender no mês que vem ou a fábrica quebra” – como se construir um ônibus invisível com capacidade para 200 pessoas para rodar em vias comuns fosse tão simples quanto desenhar um anúncio para uma revista. Bem, acho que não preciso dizer o exemplo da política.

6.       ...
Continua na parte II.

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