Na Avenida Lisir Eva...

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O Torneio da Montanha

  Chegam os ventos de agosto, anunciam ali do quintal, enquanto o garoto em fim de férias se equilibra na bicicleta apoiado nos varais sem que a mãe veja.
    Vou à pé ao centro da cidade, sempre a movimentar a imaginação, no que se define o pensamento. Muitas vezes a observar a cidade, obras no ribeirão, o castelo (catedral), o homem de carroça na antiga avenida que, por paralela a avenida maior, ainda nos recorda tempos d'antes d'eu nascer. Ah, se os casarões fossem restaurados.
   Por mim, por que não? Há uma montanha na rodovia acolá da zona norte, não lá um Everest, mas uma grande montanha a uma criança. Também me recordava do jogo de cartas Magic; compraria aquela montanha, construiria uma estrada ladeada por ipês e um mirante lá no topo, daqueles com binóculos para avistar a cidade.
   E criaria o torneio da montanha, em um templo com um labirinto feito arena YuGiOh com um jogador de cada lado. Eles subiriam através de elevadores erguidos por atores vestidos feito monstros. Ao colocar as cartas sobre as mesas, uma câmera as reconheceriam e projetaria imagens em 3D em telas atrás deles a fim de disponibilizar mais emoção à disputa.
   Fui ao centro preparando uma palestra, é assim que costumo rever muito do que leio, imagino-me a ensinar; espero disponibilizar o conteúdo quando estiver preparado. Voltei do centro com essa idéia do torneio da montanha.
   Uma garapa, poxa, já se completarão três anos que passava diariamente por outros três anos em frente à perua do garapeiro, cujo filho concluirá este semestre sua faculdade, o filho do garapeiro, que sempre recorda meu nome e pergunta de meus amigos que uma ou duas vezes pararam ali.
   Ventos de agosto, chuva de folhas e barulho de garapa; um carro passa, dá seta, por isso posso cruzar sua frente sem perigo. Quem sabe um a cada dez motoristas note que eu não hesitei e se sinta bem por ter feito o correto. Um dia então, convido seus filhos para o Torneio da Montanha.

Imagens: Ipê na USP/SC; Labirinto YuGiOh, yugioh.wikia.com;

Telefônica, Oi, Claro, Santander... Não sei qual é pior.

    Nenhuma interação econômica é mais enfadonha que entre cliente e central de atendimento. Após muitas decepções com Oi, Claro, Telefônica e Net; hoje foi a vez do Santander.
   Consta no regulamento do programa de bônus que deve-se ligar para certa "SuperLinha" no site do banco para resgatar o bônus. Antes de ter sido comprado, o Banco Real fazia tudo pela internet e não precisávamos ler todo um regulamento para isso.
   Após cansar as vistas na página do Santander, encontramos o número no google, com a inscrição "24h por dia, 7 dias por semana".
   Acontece que não sou da capital nem estou nela, tudo bem, só inverteram os números... Daí pedem o número do cartão, da conta, da agência, CPF e a SENHA. Segundos depois: "serviço indisponível".
   Vou ao atendimento ao vivo, envio à pergunta e.... Ninguém responde.

O Escritor da Madrugada: Após a reunião

Às vezes comparecemos a reuniões às quais nos preparamos a semana, o mês, o semestre todo. Em uma sexta-feira, após a reunião, aquela sensação, sem dúvida surge uma sensação:

O Escritor da Madrugada: Após a reunião: "A demora para o início da chuva deixaria um monstro em estado latente; porém aquele que saíra contente da reunião com a maior das fábricas ..."

Ilhas Afortunadas

   Passeando entre canais após jantar, ouvi a respeito de uma possível ilha chamada Hy Brasil e deparei-me na wiki com o seguinte poema de Fernando Pessoa:

Que voz vem no som das ondas
Que não é a voz do mar?
E a voz de alguém que nos fala,
Mas que, se escutarmos, cala,
Por ter havido escutar.

E só se, meio dormindo,
Sem saber de ouvir ouvimos
Que ela nos diz a esperança
A que, como uma criança
Dormente, a dormir sorrimos.

São ilhas afortunadas
São terras sem ter lugar,
Onde o Rei mora esperando.
Mas, se vamos despertando
Cala a voz, e há só o mar.
(Fernando Pessoa)


"Deviam acreditar que todos os meus contos eram histórias verdadeiras. Eles são apenas meia verdade. Invenção misturada com a verdade é igual a Arte."
Charles Bukowski em Um Caderno Manchado de Vinho; http://bye-s.blogspot.com/


Imagem: http://www.viajandaunblog.pop.com.br/post/2160/hy-brazil-a-ilha-lendaria

Dia especial destas férias, desta vida.


   São 1h31min da madrugada de quarta para quinta-feira e estou finailzando a gravação de alguns vídeos através do Camtasia para uma apresentação amanhã (sim, quase de última hora).
   Acordei várias vezes, provavelmente devido à ansiedade em não perder a hora em que havíamos combinado de jogar bola no parque, pelas 9h30min, no que lá soube ser o Dia do Amigo.
    De verdade, meu amigo e seu irmão atrasaram devido a outro compromisso, então caminhei pelo parque, tomei um suco, fui à rodoviária (o compromisso é em outra cidade). Jogamos até cansarem as pernas e avermelharmos um pouco o rosto sob o sol.
   Voltei para casa, ele também estava de carro. Encontrar-nos-íamos mais tarde para assistirmos ao último filme de Harry Potter, após dez anos, nossa adolecência. Agora já vamos de carro ao shopping - outrora íamos a pé, ou esperávamos nossos pais na fonte d'água. 
   Dez anos e o amor de todos os nerds benevolentes à Hermione, a princesa dos mundos fantásticos que sonhamos que exista, dos contos de fada aos blogs. Então este adeus, adeus à adolescência? Adeus aos sonhos? Adeus à possibilidade de um amor em mundo mítico? Não sei dizer. Uma despedida que queima.
   Lamento não ter chorado com o filme, um outro casal em meu outro lado não parava de falar e de explicarem-se o filme, retirando minha atenção e fazendo-me lembrar de que estava em uma sala de cinema, não sobre as nuvens de Hogwarts a visualizar a batalha.
   Eu, meu amigo e sua namorada concordávamos com algo, os últimos três anos foram meses ou dias e lamentamos a passagem do tempo, o fato de termos tantas ocupações, porém menos lembranças.
   E o sexo, o desejo da carne a corromper a palavra "fantasia". Há alguns dias soube de alguém que disse me amar, em aceitando, seria um relacionamento por convenção? Por ter desejo de estar com alguém, sem uma história magnífica, sem dragões e varinhas? Amor não é tão simples assim.
  Corri com o carro hoje à noite, não acima dos limites, porém um tanto tenso; guiei bem ainda assim. O estacionamento um tanto vazio, as ruas velozes.
   Correr... Digo graças a Deus por estar longe dos perigos. Apaixonou-se por uma atriz? Perguntará você. Não a conheço, responderei. Amei porém uma personagem e hoje, no último capítulo, lembrei-me disso.
   Dissera que acordara várias vezes. Porém ainda não disse o que me fizera levantar definitivamente da cama. Minha mãe bate à porta, recebera uma ligação e eu teria de comparecer em um centro pela tarde para um tratamento espiritual.
   A magia não termina, apenas descobrimos que é explicada por leis de outra física, de matérias de outra matéria, outros átomos.
   E à tarde, ao voltarmos para casa, tomamos café, passei margarina no pão - nem para isso estava tendo tempo - cortei o pão em quatro pedaços, como fazia na infância e também com minha avó, molhei o pão no café e saboreei.
   Adeus Hermione. Perguntamos agora o que no mundo nos espera. Hoje foi um dia especial, acordei com felicidades e esperanças da antiga e da nova vida.

Imagens: Good Bye Hermione, opugnobr7.blogspot.com; Rony e Hermione; harrymaniacosbr.blogspot.com; run_by_Sleep_Away, DeviantArt; dragon_magic_by_sakimichan-d413ycj, DeviantArt

E em que se pensa agora il mio miejsce...

   Deveria ter anotado o sonho da noite passada, com mendigos, rodoviária, a avenida, o córrego, possivelmente um restaurante, o clube, duas colegas de sala, familiares, acho que minha mãe. 
   Foi após a festa de uma empresa, que frequento desde muito pequeno; antes deste domingo, do belo futebol da seleção brasileira, porém sem gols e eliminado nas penalidades para o Paraguai. Há tempos não via a seleção tão bem ou vibrava, gritava com ela.
  Ainda não tratarei sobre tal notícia boa, vejamos o que acontece. Por enquanto, ouço a música abaixo, ainda não havia prestado atenção em Ana Carolina e Seu Jorge.

  

   Noite, vou dormir, espero sonhar novamente, bom de férias. Infelizmente, e não muito a ver com a música, com o sonho ou com as férias, descobri um defeito; não me considero nerd, sobretudo por conviver com muitos deles; antes, lembro que prefiro aplicar essa palavra a cientistas da computação, gordos, de óculos, e que tenham ficado milionário com algo hightec, ou seja, no sentido bem caricato do termo.
   De fato, no ambiente em que vivo - e por fazer teatro, um dever - não tenho dificuldade em conversar com quase qualquer cidadadão; no entanto, o que chamei de "defeito", é como ficou essa relação com aqueles que conheço no mundo além da universidade; concluo que perco as palavras e que deveria abandonar MSN e similares. Meus melhores amigos, a garota que vem falar comigo... A engenharia nos rouba isso ou é fato pessoal?
   Hora de dormir, até.

Moje miejsce

   Foi que pela manhã alterei o endereço do blog, explicarei o porquê um dia. Quanto ao novo, talvez temporário, é "meu lugar" entre italiano e polonês segundo o tradutor da Google, a mistura deve-se ao fato da já existência do nome em outros blogs, embora alguns vazios.
  "Meu lugar", é assim que nosso antigo professor de teatro, hoje ator da Globo, chamava um mundo particular de cada um de nós onde podemos ir em momentos de reflexão.
  Quanto à música abaixo, ouvi hoje à tarde vindo de um filme ali na sala e também a guardava na memória, não me recordo de onde.
   Decidi tocar nosso violão após meses, quiçá um ano, guardado; pretendia ler uns três livros, mas as férias são curtas e ainda não conclui meu projeto. Saudade de ter tempo para tocar como o colega do vídeo (só não entendi o que eles fizeram no final), aquela não deve ser difícil.
   Engenharia, qualquer outra atividade - mesmo dentro da faculdade - tem seu custo na graduação e no júpiterweb.
  Terei notícias boas a contar em breve, boa noite.

Como afinar violão pela internet

  Acredito ser a forma mais simples de se afinar um violão, equivale a um afinador eletrônico sem o risco de parar de funcionar por ter caído no chão.
   Pela internet, por enquanto, só encontrei sites que exibem os sons das cordas, contudo, o programa abaixo, bem leve, pode resolver seu problema.


   Este é o D'accord Afinador, cujo donwload está disponível em vários sites. Recomendo, no entanto, que procurem em torrent (ou paguem) para que tenham o serial, uma vez que o programa é limitado a 10 utilizações por não ser gratuito.
   O funcionamento é simples, basta aproximar o violão de um microfone ligado ao computador e apertar ou afrouxar a corda conforme for necessário. Afinada, basta clicar em "próxima" e prosseguir.

Férias [2]

   Compartilharei duas ideias para nossa peça de teatro no segundo semestre, pode ser que eu poste; certamente tentarei gravar e disponibilizar.
    Possuo também dois livros e pretendia ler ainda um terceiro e um quarto, leio poucas obras não acadêmicas. A apresentação para a empresa, a apresentação em uma escola infantil, trocar o óleo do carro, trocar de carro, cortar o cabelo, assistir ao final de Harry Potter, aprender um pouco mais sobre fundos de investimento, arrumar a casa...
    
   Já devo ter comentado que voltei ao teatro, entre alguns motivos, como uma válvula de escape. Há pessoas que não suportam os fardos em suas costas, muitas não os suportam.
   Alguns fumam, bebem, fecham-se na religão ou compartilham de duas das três expressões mais lastimáveis que ouvi nos últimos tempos: "Seja um Idiota" ou "Ligue o Foda-se e Seja Feliz" (a outra é "ter a consciência que o pobre tem seu lugar", mas não tratemos dela agora). Uns enlouquecem de decepção com o mundo, outros enfrentam.
  Embora curioso, demorei certo tempo para conseguir entrar em um terreiro Umbanda - reformas, feriados.  Tenho agora vergonha, que bom, não me vejo com problemas, assuntos humanos... tão simples, não sei se é certo dar trabalho aos mortos que não seja por emergências ou inspirações, comentei algo em uma postagem anterior.
   Absolutamente nada contra evangélicos, mas é como se compartilhassem nosso mesmo espaço vivendo em outro mundo. Salvam vidas através de crença que não compartilho. E os humildes esquecidos. Não os cobro, não cobro ninguém que não possa entender ou que não possa fazer.

   Descobri na TV que o tédio vai até os 18 anos em mulheres e pode ir até os 21 em homens. Televisão não é confiável, segundo o Fantástico de ontem, Faroeste Caboclo tem quase o dobro do tempo. Tédio e TV, péssimas companhias em férias, evite-as.
   Tour de France é legal,

   E um cenário candidato a nosso Work And Travel em alguns meses.

Imagens: enchanted forest by Lunox-Baik, Deviantart

O quarto festival

   A carioca Carla, em seu blog "Aqui Neste Oceano", recentemente postou a tradução de Walk On. Confesso nem ter lido toda a letra para aprender algo: "[love] is all that you can't leave behind", o amor é tudo que você não deve deixar para trás.
  Notei pois que dei conta de carregar todo o restante da bagagem, exceto tal sentimento. Ao voltar, não reencontrei o que deixei para trás. O pior, posso continuar assim.
   Sou estudante de engenharia, leitor, e um carro nunca volta. Se de frente, a quilometragem é outra, o tempo passou. Se de ré, bem, um motor não aguenta mais que algumas horas nesta marcha retrógrada.

   Voltei ao festival. Disse que não tocaria mais no assunto, mas este blog representa a avenida que nos liga a meu mundo subjetivo. Não acenderam as luzes do teatro e não a encontrei.
   Já não era tão mágico, o som desafinado, disseram ainda que é todo ano igual. Não para mim, talvez ainda mais vazio.
   Algum espaço preenchido com meu pássaro de madeira e papel e com o colega de sobrenome russo também um pouco solitário,  a conversarmos sobre seu trabalho.


   Sentado, não muito distante, o outro, ou seu outro passado, nada falei e preferi meu pássaro de madeira que teimava em acertar duas garotas de uns degraus à frente no teatro de arena.
   Não me sinto triste em estar sozinho, aliás, raramente me entristeço e encontro com quem conversar; porém sinto falta, independentemente da multidão, sua ausência, dela, de minha avó e da magia.

  Imagens: rua que leva ao Morro de São Bento; fundos do festival.

Férias...

   Acordei após sonho interessante, após livrarmos a biblioteca de assaltantes, houve chuva de pelicanos e aviões sobre a EESC, tentaram-se proteger no CAASO, mas corremos para o aloja, na manhã seguinte, a polícia ou sabe lá quem havia apagado a memória dos que ficaram, embora uma câmera digital tentasse registrar a confissão, escondida entre mãos em uma fila.
  Em um momento, lembro-me de, ao correr,encontrar algumas, muitas talvez, pessoas da faculdade, mas os que me acompanhavam no sonho eram, principalmente, meus amigos de infância.
   Confesso não saber dizer qual o melhor tempo. Hoje compramos um carro, o melhor que já tivemos, daí passamos o final de semana em garagens. E há essa graça em ser rico? Sem ir a garagens, levar nos mecânicos, estudar carro por carro à venda na cidade qual o melhor negócio? Depois ter de economizar na pizza para conseguirmos pagar as prestações do financiamento.
  Não nasci em favela leitor, mas os bigatos tomavam conta das paredes e me lembro, faz muito tempo, de uma cobra dentro de casa. Trabalhamos, estudamos, quem sabe o genro perfeito - aliás, fiquei sabendo de outra candidata a sogra essa semana. E, ao me formar, meu piso será alto.
  O curso? Retrógrado, parece se esquecer do mundo e se trancar em pesquisas que muitas vezes não saem da universidade, que, até ano passado, mal tinha como patentear suas descobertas. E acredite, é a melhor, de longe, de muito longe, melhor universidade do país.
   Por isso e, vendo a decepção da maioria dos alunos com a carga horária absurda, a falta de vida, a falta de sonhos durante as noites, que parecem servir apenas para recarregar as energias para mais dezessete horas intensas de estudo, lançaremos em breve uma manifestação, cujo cartaz desenhei ontem.
   Também inscrevi um poema em um concurso, quem sabe é publicado, mas somente daqui um ano. Daí, não posso por enquanto divulgar o cartaz ou o poema.
   Fiquemos assim, com pena de quem não pode ter férias depois de se matar de estudar e ainda ficar de recuperação, com ânimo para aceitar desafios e para aproveitar o tempo durante as "férias".  As aspas devem-se a uma apresentação na segunda quinzena e ao término de um relatório na próxima semana.
   Mais algumas impressões... Sim, as pessoas tem reclamado demais. Antes colocarei alguma imagem para evitar um texto ainda mais cansativo.


taí, uma foto de Paraty, retirada da internet.


  Não que minha vida seja a mais difícil do mundo, bem longe disso, a expectativa é ficar rico e com poder sobre alguma coisa, nem que seja sobre meu futuro cachorro, gato ou coelho de estimação. Contudo, confesso que gostaria de ver esse monte de jovem a reclamar da vida no facebook, passar meia semana na nossa sala de aula para saber o que é ter o que fazer em uma escola.
  Tive três dores de cabeça nos últimos três anos, tanto que ainda resta um comprimido na cartela com quatro que comprei lá no início de 2009 (ou minha mãe que comprou), ou minha saúde que é impecável. O mundo reclama de mais e trabalha de menos, aliás, quem passa mais tempo trabalhando tem menos tempo para reclamar. Não o contrário, trabalhar trás satisfação. Lembro que estou falando no meu caso e de meus colegas de facebook que tiveram oportunidade para ser o que bem entendessem na vida; não do pedreiro lindo que veio trabalhar aqui em casa.
   Não estranhem o "lindo" - e eu lá sei quando um homem é bonito ou feio, nem quero saber - Já com cabelos brancos, contudo, de fato ele se assemelha a um ator estadunidense; um virou ator, sabe-se-lá se fuma, bebe, faz caridade ou joga dinheiro pela janela e o outro tem de ignorar sua rinite enquanto faz aberturas em paredes levando poeira a toda a casa.
   Lá se foram várias linhas e eu sem versos maravilhosos, nem redondilhas nem decassílabos, nem entrei ainda no que pretendia falar, se é que tivesse alguma certeza do que escrever senão lembrar a mim mesmo de que o blog existe após assistir a uma cena de "As melhores coisas do mundo" em que um adolescente usa do blogspot para dizer o que sente a si mesmo, se não me engano é o tal de Fiuk o ator.
   Com centenas de horas de aula cumpridas na faculdade, "estudo" foi a palavra do ano nos últimos seis - talvez perdesse para "Fuvest" nos três primeiros  e para os nomes dos professores mais rígidos nos três recentes. Interessante esse termo, visto que hoje saiu a lista das maiores empresas segundo a Exame.
    E por falar em Fuvest, nossa professora de Literatura já anunciava lá no ensino médio que se falava de NeoBarroco para caracterizar a escola atual, não estou dizendo? Uma escola com cento e poucos caracteres.
     E por falar em ensino médio, uma amigo da época, um ano mais novo, postou foto interessante, em sépia, com sua turma. Vou comentá-la, mas antes, pretendia usar a imagem do beijo em Times Square para lembrar o que é sépia, mas só a encontrei em tons de cinza e o corel não pareceu possuir a função. Temos outra aí à esquerda.
    Mas você vai falar dela de novo? Sim, parece que sim. Inclusive escrevi uma boa síntese em uma folha de caderno entre uma prova e outra.
    Falo novamente, pois hoje é um dia especial, dia do festival, não estive lá; ela, não sei, talvez já tenha aprendido que é uma mulher e não um pokemón e tenha "dado uma passada" para comer sushi, não para gritar kame-hame-há.
    Esse é um bom momento para alguém que "leia" o texto pelas imagens se pergunte: "mas o que tem a ver a Paraty, a revista exame, a mulher do homem aranha, o cara lá de Wimbledon, o Beijo em Times Square e o Goku?"
      Bem, Paraty taí de gaiato mesmo, o restante, lendo o texto, que já deve estar cansativo e ninguém deve ter lido até este ponto. Se leu, deixe um comentário.
      Ah, meu caro leitor, pode ficar ainda mais piega, quer apostar? Vamos à síntese e, quem sabe, eu não fale mais sobre ela no blog, assim como há muitos meses (sete) não nos falamos.
    Há tantos textos em meus cadernos, agora ainda reuni o semestre todo e será difícil encontrar... Bem, encontrando-o, posto aqui. Ótima noite, senhores.

   Não demorei muito e logo lembrei-me do contexto, Portugal. Essa semana, deram-me a ideia de um Work and Travel entre amigos da faculdade no final do próximo ano ou ao termos juntado dinheiro para isso. Antes, no entanto, procurei a respeito de bolsas e, sem a dificuldade de idioma, Portugal seria uma ótima opção, embora esteja quebrado ultimamente e seja mais negócio um engenheiro vir de lá pra cá que o contrário.
    Mas logo imaginei do que sentiria saudade, da família, é claro, mas nunca fui muito bom em falar sobre sentimento dentro de casa. Dela também, chovia, pensava em Portugal, e se eu fosse à sua casa para dizer Adeus sem saber ao certo o que ela guarda de mim?

   "Chove em São Carlos, estou pensando em me inscrever na bolsa para estudar em Portugal. Mas passo por uma banca de revistas enquanto me pergunto o que aconteceria em meu mundo fora da universidade.
   Chove no noroeste da cidade, posso parar o carro encharcado em sua porta ou em frente ao festival onde o que poderia ter sido não foi; o festival, onde tiramos uma foto e conversamos pela noite.
   Mas ao encontrá-la novamente sobre a chuva podê-la-ia dizer que partirei a Portugal e veria qualquer dentre milhões de reações.
   Contudo, se dissesse não voltar tão cedo, anos talvez, pois a cidade não comportasse uma de nossas profissões, então você se lembraria daquele tempo antes de nosso último festival ou daquele tempo do Nosso festival.
   Porém quando eu parti sem me despedir, ficou um vazio, um imenso pedaço de sua vida se foi e você logo arriscou uma maneira paliativa de reocupar esse espaço.
   Ele era um bom homem, meio poeta com nome de cantor, porém foi quadjuvante e logo o deixou quando percebi que te amava. Achei que fosse por mim.
   Você sempre quis um irmão e nunca teve amigos, a não ser os mais afastados da sociedade, como os pequenos fisicamente ou os que dançam no que só vocês se importam.
    Eu tenho amigos, destaque, contudo sem saber dizer eu te amo ou sem saber beijar uma mulher.
   Acima de muitas maneiras, você é surpreendente. Em um final de semana reabriu o vazio; em outro, nos encontramos em uma calçada sobre a chuva; no terceiro, quando pensei que... Então você ocupou aquele espaço de seu sentimento com quem apenas você no mundo suportava. De fato, sou a segunda pessoa no mundo que não vê nele tantas falhas e até isso tínhamos em comum. No ensino médio, na faculdade, em nenhum outro lugar ouvi que alguém o suportasse.
   Quando sua prima bateu o carro, você procurou por mim e, embora eu não tivesse as melhores palavras, acho que se pôde sentir melhor.
   Porém, quando a pessoa que no mundo mais me amava faleceu, você lotou sua rede social de apologias ao ateísmo, no mesmo dia e às vésperas de meu aniversário.
   Teve razão em dizer não ter amigos e foi influenciada por estupidez. Quando conseguiu se tornar mais ignorante que ele, então passou para as mãos do próximo, quem sabe agora o vazio tenha sido preenchido.
   Também teve razão em dizer que a culpa não foi sua, meia razão, fico com a outra metade; até então raramente deixava de ser infantil e voltava do seu digimundo.
   E o vazio que ficou em mim é preenchido com folhas como esta ou com lembranças de quando era possível, lembranças das noites no festival e da franja em seus cabelos no dia em que esteve mais linda.
   Peço que me abrace nessa despedida, pois também me lembro, com peso nas costas, de que você me abraçava com a alma e eu com o medo ou com a vergonha.
   Um dia volto de Portugal, mas nossos mundos se distanciam e nossa mesma cidade não será a mesma. 
   Sabe aquela aventura com a qual sonhávamos na infância, e era a mesma, o mesmo cenário, infelizmente não teve o final dos contos de fadas, mas podemos ao menos agradecer pela história ter existido".


   Mas, o que eu lá sei sobre sua vida, não é mesmo? Nunca me decepcionou pessoalmente; as palavras eram doces, mas as ideias, lidas em mundo virtual...
   Esse pode ser a última postagem sobre o assunto, possivelmente não e sempre há mais a ser dito, quem sabe muito mais quando seu livro for publicado, quem sabe quando ouvir "Pra Ser Sincero", "Giz", "Van Buuren",..., quando voltar ao festival, ao colégio, quando revejo seu depoimento ainda guardado, fotos, quando caminhar a pé pela avenida,... lembro-me todo o tempo.
  
   Talvez eu tenha mesmo nascido para o mundo, negando a frase mais sábia de Einstein. Não irei a Portugal amanhã, mas passaremos uns três ou quatro meses na Europa daqui a um ano e meio, ou os quinze dias na amazônia, que fossem no Japão, tempo é tempo, distância é distância e cá estou novamente a negar a física.

Imagens: Paraty, ilhaverde.net; Wimbledon, giselepedrosa.blogspot.com; Melhores e maiores, dinap.com.br; Beijo na TimesSquare, pimentacomlimao.wordpress.com; Sepia, photoshopgirl.com; Goku Criança, mundodragonbol.webnode.com.br; Torre de Belem, wikipédia.

Onde se encontram milagres


O céu amanheceu branco na fria cidade de São Carlos do Pinhal, o ar porém me era transparente e rosa das gotículas de água congelada e das flores que choviam dos ipês. Quinto dia de Julho do ano de 2011.
Antes, todavia, que analisasse a cor do céu, levantei-me de minha cama no alojamento da universidade, sozinho no quarto. Não tão sozinho na cidade pois alguns amigos também fazem iniciação científica nesta primeira semana de férias.
Ontem à noite fomos ao coral em um anfiteatro da Embrapa, onde conhecemos o Cancioneiro de Uppsala, músicas gregorianas, músicas de Caymmi e Nascimento. Ao tomar banho naquela noite me vi a cantar minha versão rep-tenor de Jesus Cristo de Roberto Carlos, Sentinela de Nascimento, Pelos Prados e Campinas, Legião e outras mais.
Sob o chuveiro então, lembrei-me do sonho de Valéria após pedir inspiração, uma luz a Deus por não se sentir útil; em uma sacada, quem sabe um mirante, um horizonte, um horizonte infindo, lindo e uma melodia. O namorado de sua filha aproxima-se feito um anjo de Brad Silberling, ela diz: “Há muito tempo, do lugar de onde venho, havia um cantor com uma música que me lembra muito essa”; o anjo então sorri como quem diz “é esta” e então eles ouvem: “Jesus Cristo, Jesus Cristo, Jesus Cristo eu Estou Aqui”. Valéria conclui, ele é a luz.
E tenho de viajar mais alguns anos, para algo próximo a mil novecentos e noventa e dois, em uma rua deserta em um matagal antes do nascimento do Jardim Califórnia em Ribeirão Preto, SP, região inóspita onde um casal chorava e tentava correr para que chegassem a tempo ao primeiro dia do novo emprego; a estrada era deserta e carregavam pesos, porém pediram uma luz a Deus e Ele os enviou um anjo, como de lugar algum, parou seu carro e ofereceu carona.
Ao acordar hoje de manhã me viera essa história real e como que em um sonho, quando não nos lembramos de como ou quando começamos a pensar naquilo, imaginei um outro casal e eu a parar o carro, vinte anos depois, o filho do primeiro casal. Perguntava-me o que poderia dizer, talvez não dizer nada e me passar por um anjo. “Obrigado, tome”, “Senhor, de onde venho esses papéis de nada valem”.
Escovei os dentes vendo esse episódio, tomei leite e então vi o branco céu pelas sete horas e uns quarenta e tantos minutos. Cruzei a praça, o sebo fechado, encontrei duas livrarias que não me conseguiram ajudar, bancas, mercadão, já havia percorrido as bibliotecas da universidade, mesmo no instituto de pesquisa em um casarão antigo. Na cidade com a maior concentração de doutores em ciências exatas, não conseguiria eu um livro para meu relatório?
Pensei em voltar para casa, em minha cidade lá há livrarias maiores nos shoppings, mas preciso voltar para cá em apresentações. E se ligasse ao Sillicon Valley? Internet não é bem vista em referências, além disso, estou sem acesso à rede entre às 18h e as 8h.
Avisto a catedral ao voltar, do outro lado da rua uma casa umbanda. Pensei: “só me falta entrar ali. Meu Deus, me ajuda. Mas, como é mesmo o nome dele? Tião dos Canaviais”, com quem tive  o primeiro contato em um terreiro, após muitas idas sem que ocorresse reunião.
Concomitantemente, belo advérbio, olho para minha direita, para cima, vejo livros em prateleira por de trás de um vidro, viro o quarteirão, entro. “Onde consigo livros sobre a história da computação?”. E a senhora me responde “terceiro andar”.
Subo, percorro quase todas as prateleiras, pergunto. “Só temos alguns ali naquele canto, mas são bem antigos, não deve ter o que você precisa”. Na última coluna, da última prateleira, após abrir todos os livros da coluna, encontro exatamente o que preciso. Obrigado.
Por que é tão difícil acreditar em milagres? Eu creio.

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