Na Avenida Lisir Eva...

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Minhas Férias

Que seja abençoado pela luz das sete capelas e da oitava. Viver, morrer, voltar a viver e crescer sempre, crescer e crescer até que cordeiros se tornem leões.

                Pousa um manto sagrado sobre a cidade em Junho, vejo-a, céu iluminado no chão e lá, bem em baixo, o Retiro Saudoso, passo por todo ele até o Ribeirão, retorno e ali em seu centro pessoas aglomeradas em comemoração, já é madrugada do dia dos namorados, Coldplay toca um pouco o frio.
                Havia acordado às sete e quase oito e trabalhado até as 16h com a motivação de quem quer cumprir seus projetos e quer muito, apesar do atraso revelado na longa reunião no crepúsculo do dia anterior. Preparo o carro, tomo o café que meus amigos ofereceram, mantenho-me bem acordado e vou à aula (falarei dela em outros textos)
                Dirijo 70km à pequena Cordeirópolis onde encontro uma passageira e mais uns 200, pouco mais de 200, até o Ribeirão.  Entro em um bar, pago para entrar sem saber se o encontraria e lá estava, um amigo com quem cresci junto agora se tornava mestre pela Faculdade de Medicina da USP.
E então compreendo como é possível estar de volta a um mundo novo, pois se pode vivenciar em cada momento o tempo e as histórias se entrelaçando. Às três e meia da manhã vejo uma idosa na rodoviária, ela aguardava o amanhecer para seguir, embora aquela fosse sua casa. Encontro minha irmã e no caminho para casa vejo uma fogueira em um canteiro. Tudo está relacionado.
No sábado após o almoço vou com minha mãe ao centro da cidade, lembro das escadas rolantes das lojas pernambucanas, como íamos quando criança. Porém a senhora que eu conhecera na noite anterior estava ali passando pelo calçadão, em frente à fila da choperia, onde turistas (incluindo colegas meus de trabalho) viriam conhecer nesse final de semana, dado que a partir da tarde haveria ali próximo o maior festival de rock brasileiro.
Então, em uma mesma quadra, passado e presente conectados, Campinas e Ribeirão conectadas, tempo, espaço... E o que mais haveria de mistérios nas tantas outras quadras? Logo na praça ao lado milhares de histórias, livros onde borbulham magias aguardavam ansiosamente pela feira a começar no dia seguinte. Minha mãe pediu uma água de coco; eu, uma garapa, a bebida típica da cidade, e voltamos para casa.
Ainda voltaria nesta tarde ao centro, com meu pai, para montarmos as tendas para a equipe na corrida de amanhã. Montamos e aquele cumprimento de agradecimento pela minha presença dentro da Fiorino ao mais uma vez voltarmos para casa viera para lembrar, lembrar milhões, bilhões, filhões de bons sentimentos de que a vida ainda tem jeito. E a tenda ficará segura na madrugada, pelos vigias ali a fazerem fogueira no canteiro enquanto zelam pelos patrimônios da cidade.
Em casa converso com minha irmã sobre liderança e gestão de pessoas. Que um dia estaríamos ali em um sofá, adultos, a conversar sobre coisas de adultos da capital, quem diria que vivenciamos esses dias agora.
À noite vou buscar a pizza e hoje em dia fica tudo tão fácil com as novas tecnologias para comunicação. Assistimos a uma comédia nacional, e interessante como tudo nela também se relaciona.
Minha mãe leva então o cachorro menor para dormir no quintal e o outro vem comigo para o quarto, arrumo a cama correndo, ele deita e o escondo no cobertor... Mas é incrível como mãe descobre. Depois ela me traz um copo de leite quente, para mim e para minha irmã no outro quarto. E então assim iniciam minhas primeiras férias desde que comecei efetivamente a trabalhar.
  E eu rio de felicidade na cama e fico a imaginar que minha avó está ali ao lado da porta com outros espíritos a assistir. Tudo está relacionado.
  Então pego o computador e venho cá escrever.

   Boa noite Ribeirão, boa noite mundos.


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