Na Avenida Lisir Eva...

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...

Crash - No Limite, equilíbrio e preconceito

   Ao terminar o filme, fui à cozinha e, sobre a mesa, três formigas; uma delas se esforçava para arrastar o resto de alguma coisa. Não faz nada contra mim, sobretudo quando sabemos nos prevenir (lavando alimentos, etc e tal) e, se algo estava no lugar errado na noite era o resto de alimento. Se eu tivesse uma árvore, um canteiro no quintal, resolveria aquela questão de o que fazer com os farelos que caem da mesa após serem varridos até a porta. Equilíbrio, palavra recheada de situações e significados. 
   Assistia a Crash – No Limite, pela segunda vez acho eu, além de ter visto na escola, porém não me recordava de todas as histórias. Histórias que conseguiram passar milhares de mensagens a mais que as previstas e que mereceram o Óscar em 2006.

    “Em Los Angeles ninguém te toca. Estamos sempre atrás do metal e do vidro. Acho que sentimos tanta falta desse toque, que batemos uns nos outros só para sentir alguma coisa". 

    Um filósofo disse certa vez que a humanidade tende a observar o mundo através de telas, sejam elas as telas de um computador, de uma TV ou telas que não chamamos por este nome, como os vidros de um carro, através do qual observamos o mundo ou o mundo nos observa enquanto estamos fora ou dentro dele respectivamente.
    Além das mensagens principais, sobre as várias formas do preconceito, alguns detalhes chamaram-me a atenção e me incitaram esta postagem. O primeiro está na relação entre o policial John Ryan (Matt Dillon) e uma mulher do convênio médico da delegacia, Shaniqua Johnson (Loretta Devine), vídeo 1; o segundo é uma semelhança nos comportamentos de Jean Cabot (Sandra Bullock) e Christine (Thandie Newton), vídeo 2.
    John Ryan diz que haveria homens brancos que poderiam trabalhar melhor que Shaniqua, negra. Isto me chama atenção primeiramente porque recorda a nós, brasileiros, a questão das cotas. Eu, homem, branco, tenho amigos que foram impedidos de cursarem universidades federais simplesmente por serem brancos e viverem em um país de leis hipócritas e paliativas; país em que muito se defende a liberação das drogas porque a fiscalização é incompetente em vencer o tráfico assim como se criam leis discriminatórias, baseadas em cor, para “resolver” questões sociais. Portanto, o filme mostra não ser um defensor dos oprimidos, mas um instrumento que mostra a verdade e de modo imparcial.
   Em relação às mulheres Jean Cabot e Christine, quero tratar sobre a questão do equilíbrio. Ao ser abusada por um policial, Christine briga com seu marido por ele não ter feito nada, embora ele tivesse agido corretamente e ela mesma tenha concordado com sua resignação. Jean (Sandra Bullock), a típica madame, discute com o marido Rick (Brendan Fraser) para que ele troque fechaduras que acabaram de ser trocadas. Em comum, ambas ficam nervosas após um acontecimento (abuso policial e assalto a mão armada, respectivamente); no entanto, iniciam discussões irracionais, quando não fúteis e isso expressa bem o porquê da velha frase “não entendemos as mulheres”, que costumam simplesmente discutir quando querem discutir, mesmo que seus argumentos não façam sentido.
   Bem, era isso que gostaria de comentar sobre o filme por enquanto. O que acharam?

0 comentários:

Postar um comentário

Open Panel

Label

Blogroll

Labels

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...